Blogs de viagem e a missão de transformar o turismo responsável em realidade

Turismo responsavel ABBV artigo Larissa Pereira blog Vida Cigana - Pedra do Telegrafo

Viajar é um sonho para grande parte das pessoas. Todos se encantam ao ver dicas e fotos de destinos em blogs de viagem, com culturas desconhecidas e animais exóticos. E muitos colocam como objetivo ter a mesma experiência que aquele influenciador que postou as tais dicas e fotos.

Viajar, antes de tudo, é a experiência de vida que aquele investimento vai te proporcionar. É se abrir a novas culturas, passar a ver as coisas ao redor de uma forma mais ampla e menos discriminatória. Mas quantos outros impactos são gerados dessa experiência? Até que ponto é saudável para a preservação de costumes locais e para uma delicada biosfera?

Esse tema tem sido bastante debatido entre blogueiros, especialmente depois da palestra que Natália Becattini e Luísa Ferreira, dos blogs 360Meridianos e Janelas Abertas, fizeram na WTM Latin America 2019, a convite da ABBV.

Os blogueiros de viagem fazem parte do segmento hoje denominado influenciadores digitais. São 1 bilhão de buscas sobre viagem feitas no Google a cada ano, cujos resultados direcionam os usuários para os artigos dos blogs. Ou seja, nossas dicas, roteiros e fotos exercem um imenso impacto em quem está planejando uma viagem futura.

Os leitores levam em conta o que está sendo indicado, não só na maneira de fazer, mas com quem e que empresa fazer. Essa responsabilidade está em nossas mãos e temos que ser cuidadosos com ela.

Assim como mostramos dicas para o turista economizar, se divertir e comer bem, temos também a obrigação de alertar sobre o comportamento e as escolhas éticas, evitando práticas nocivas, que afetem negativamente comunidades, explorem animais e destruam o meio ambiente. Tudo no mundo tem seus prós e os contras, assim também é com a indústria do turismo.

Me identifiquei bastante com a palestra da Natália e da Luísa pelo fato de já ter cometido alguns enganos no passado, como ir ao zoológico de Lujan, na Argentina, que é acusado de dopar animais e desconstruir seu comportamento natural para que os turistas possam tirar fotos com eles; ou então posar em cima de pedras das ruínas do Fórum Romano, em Roma – pois não é por estarem no chão que se possa subir nelas.

Blogueiros de viagem estão em posição de influenciar mudanças efetivas e desestimular esse tipo de turismo predatório. Se por um lado, a procura por determinados destinos e atividades pode ser afetada, outras formas mais humanas de lucrar podem ser pensadas e estimuladas positivamente.

Além de atividades que sejam social e ambientalmente responsáveis, também é preciso pensar no impacto outros aspectos da viagem, como a hospedagem. Se o orçamento das férias é sempre uma preocupação dos turistas, o custo de vida é uma preocupação ainda maior para os moradores. Em Jericoacoara, os locais também estão tendo que sair de suas moradias e ir morar em áreas mais afastadas (e menos seguras) da cidade por não conseguir pagar o aluguel. Esse tipo de fenômeno provocado pelo turismo tem sido visto em diversas cidades do mundo.

Criadores de conteúdo e influenciadores digitais têm a missão de apontar e valorizar atividades e destinos que queiram crescer de forma sustentável. Assim, roteiros mais humanos serão disponibilizados, o mercado local irá crescer e pessoas da comunidade serão empregadas de forma digna.

Tudo isso é possível. Somos capazes de mudar a forma de fazer turismo no mundo. A Natália e a Luísa são exemplos disso. E eu também, acredito. Já consegui convencer leitores a desistirem de interagir com animais silvestres na Amazônia, a contratar passeios turísticos somente com guias capacitados no Camboja e a se hospedar de forma a beneficiar a população local em Cuba. Tudo isso com artigos em blogs e posts no Instagram. Devemos seguir pensando criticamente sobre o impacto do que fazemos, atualizando nossos antigos conceitos e buscando fazer as melhores escolhas.

Fazer a coisa certa dá um prazer que dinheiro nenhum paga.

Larissa Pereira é autora do blog Vida Cigana e fez parte da equipe de cobertura da WTM Latin America 2019.

Leia mais sobre a WTM Latin America:

A transformação digital no turismo

Blogs de viagem e turismo responsável: que influência queremos exercer?

Serviços online e hospedagens alternativas: o futuro dos hotéis

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