A Era do Crtl C + Crtl V: considerações sobre cópia de conteúdo em blogs

Por Janaína Calaça |

Na internet, tudo está à mão. Informações, serviços, contatos, entre tantos pontos que fez da internet um grande facilitador para o nosso cotidiano corrido e dinâmico. Por estar tudo à mão, pela grande facilidade e acessibilidade, muitos usuários acabam desvirtuando a sua utilização e passando adiante a ideia errônea de que a internet é “terra de ninguém” e que tudo que está disponível, principalmente no que diz respeito a artigos, literatura, informações, nasce de geração espontânea ou de chocadeira e não possui autor – aquele ser que dedica horas do seu dia para produzir conteúdo, para publicar um texto, por exemplo.

Não sei qual é a lógica aplicada à internet no que diz respeito à supressão do autor de um texto, por exemplo, mas acredito que muitos usam da filosofia do “achado não é roubado”. Como temos informações disponíveis facilmente, muitos acreditam que, depois de uma busca no Google e de um Crtl C + Crtl V, um texto, por mágica, deixa de ter um autor e passa a domínio público – qualquer pessoa pode copiar e até assinar o texto, substituir autor, apagar o trabalho do outro.

Outro dia, um blog copiou trechos inteiros de um artigo que eu havia publicado e somou a ele trechos de outro blog. Pronto! Com os trechos retirados do meu artigo e os trechos retirados do artigo do outro blog, surgiu um Frankstein! Nossos blogs só apareciam no fim deste novo post, mas não ficava claro ao leitor se o blogueiro usou nossos textos como fonte de pesquisa ou se tratava de uma cópia. Questionado, o responsável pelo blog me diz que fez tudo como manda o roteiro. Citou as fontes, como se estivesse fazendo um grande favor. Citar a fonte não é favor, é dever!

No final de todos artigos de meu blog há um aviso sobre os textos estarem protegidos pela Lei do Direito Autoral. Ou seja, é proibida a reprodução sem prévia autorização. Na Era do Crtl C + Crtl V, as pessoas copiam os textos e ainda se ofendem quando o autor descobre a apropriação indevida e solicita a retirada do artigo do ar. Já ouvi absurdos do tipo: – “Ei, antes de reclamar, pense que estou fazendo um favor a você, divulgando o seu trabalho”. Ei, amigo… Desculpe dizer, mas não é assim que a banda toca e de boas intenções o inferno está cheio!

Encontrou um texto interessante e quer compartilhar com seus leitores? Não custa nada fazer uma pequena introdução com suas palavras e linkar o artigo que você quer compartilhar. Gostou de um parágrafo de um texto e quer utilizá-lo em seu post, por exemplo, para ilustrar algo que você está abordando, cabe perfeitamente uma pequena fórmula baseada em {segundo fulano de tal + abre aspas + copia o trechinho + fecha aspas + linka o artigo}. O que não dá é copiar um texto inteiro e só citar a fonte, sem deixar claro se aquele post que você publicou foi inspirado em outros textos ou se trata de uma cópia.

Enquanto muitos se preocupam apenas com SEO e se o Google vai indexar seu post ou não, antes de tudo isso deve vir a preocupação em ser ético com o outro. Aquele texto que você encontrou em uma busca, que copiou e colou no seu espaço, pode ter exigido horas de muito trabalho e de pesquisa. Por trás daquele texto, há alguém que trabalhou para aquele conteúdo estar no ar. Da mesma forma que você não pode pegar um livro em sua estante e republicá-lo assinando o seu nome e, consequentemente, se apropriando de uma obra, use a mesma lógica quando pensar no que está disponível na internet. Informação deve ser compartilhada, mas seus autores devem ser sinalizados sempre e de forma clara! Não há problema em copiar um trecho, mas este deve vir sempre entre aspas, com o autor ou a fonte sinalizados e, por fim, linkados, para que o seu leitor conheça o texto no seu lugar de origem. Com mudanças simples de perspectiva, podemos, aos poucos, minar esta cultura do Crtl C + Crtl V, que nos condena à uma Era de replicações infinitas.

Foto: Stock.Xchng | Image Bank

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Janaína Calaça é blogueira e escritora. Fundou o blog  Jeguiando em 2008.

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